MINI MISTÉRIO DA CULTURA

MINI MISTÉRIO DA CULTURA

Tiro o disco da vitrola

ponho mais gelo no copo

da minha coca-cola

Vejo como o gás borbulha

e alegro ma non troppo

reúno tudo num verso

minha "mina" se orgulha

pois sabe, o quê vier eu topo

enfrento as leis do universo

releio livros que estavam no lixo

Me divirto vendo desenho na TV

enquanto entre uma receita de farmácia

e uma outra do gran Chef

Vou levando a vida de Bon Vivant

Mas quando pego minha guitarra

como se fosse uma metralhadora

Ela me pega me beija me agarra

me joga na cama feito objeto

Se a vida fosse assim, eu seria

com certeza um cara super correto

Escrevo uma carta aberta

e com um selinho da "Deca"

envio para o comando central

Meus pensamentos voam até ao Rio

e aqui de casa vou empinando minha pipa

Vejo a Dhil na TV, algo na praia brilha

Uma roda de samba na ilha de Aglaia

desponta no horizonte, linha imaginária

Solos de guitarra de um bom rockabilly

sei que aos inofensivos irrita

Ligo o radio ouço Anitta.

Depois da Mecânica Quântica

Filosofia Hermética e Botãnica

Teologia, política e um papo com Demola

Ouço Stray Cats cantando This Town

Saio dançando pelo quintal

enquanto o almoço sai

A distancia entre dois pontos

é uma reta

A boca leva a Roma

Mas quem fala de mais

mal lhe faz

Eu fico horas pensando no Bondinho

de Santa Teresa

Volto ao chão

a realidade é que tudo continua igual

mesmo que estes versos aparentemente desconexos

não irão mexer com sua intelectualidade.

Mateus Ambra
Enviado por Mateus Ambra em 23/11/2016
Código do texto: T5832788
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