DA BOCA PRA FORA
DA BOCA PRA FORA
um poema
banal
totalmente
dispensável
ridiculamente
fútil
alinhavado
de palavras toscas
tão toscas
que esgarçam aos olhos
esfarelam na alma
um poema caviar
mole e fugaz
nem alimenta
nem satisfaz
enrola na língua
rolos
estúpidos
entupidos
de diz-que-diz
que ama
que sente falta
ai
que falta
que nada
poema piada
Mírian Cerqueira Leite