OSSEVA
Eu fui tão perto dos limites do avesso,
Como um corpo exposto de fora para dentro,
Como se os mares fossem subterrâneos,
Sem o calor da luz do sol, absoluto escuro.
Lá encontrei semivivos, semilivres e crises,
No meu corpo aberto, fui sujeito, fui adjetivo,
Fui conseqüência e fui motivo, frias antíteses,
Fui embrião, ancião do medo, anfitrião da morte.
Estive por onde estiveram todos os Quixotes,
Andei em mulas e mísseis, meus contrastes,
Andei com as mãos, acariciei com os pés,
Fui prazer insano, inacabado, um feto viajante.
Lá encontrei meu reflexo vivo, mais feliz,
Lá beijei a repugnância e aceitei o sorriso,
Lá gritei abafado o meu hino de guerra,
Fui caçoado e traído por um eu evoluído.
Uma máscara de pele viva na insegurança,
Uma barreira de vidro fraco, branco opaco,
Que na minha fuga prevista para o exterior,
Não conseguiu me quebrar em pedaços.
Dado Corrêa
Resende, 13/06/2002
Eu fui tão perto dos limites do avesso,
Como um corpo exposto de fora para dentro,
Como se os mares fossem subterrâneos,
Sem o calor da luz do sol, absoluto escuro.
Lá encontrei semivivos, semilivres e crises,
No meu corpo aberto, fui sujeito, fui adjetivo,
Fui conseqüência e fui motivo, frias antíteses,
Fui embrião, ancião do medo, anfitrião da morte.
Estive por onde estiveram todos os Quixotes,
Andei em mulas e mísseis, meus contrastes,
Andei com as mãos, acariciei com os pés,
Fui prazer insano, inacabado, um feto viajante.
Lá encontrei meu reflexo vivo, mais feliz,
Lá beijei a repugnância e aceitei o sorriso,
Lá gritei abafado o meu hino de guerra,
Fui caçoado e traído por um eu evoluído.
Uma máscara de pele viva na insegurança,
Uma barreira de vidro fraco, branco opaco,
Que na minha fuga prevista para o exterior,
Não conseguiu me quebrar em pedaços.
Dado Corrêa
Resende, 13/06/2002