O Rio de Pedras
(ao Rio Paraíba do Sul)
 
As pedras não sonham,
Quebram-se aos meus olhos,
Embaladas pelo correr do rio,
No dorso inerte deste corpo fluido,
Audacioso em respostas silenciosas.
 
As pedras não contam histórias,
Apesar de testemunhá-las todas,
Como as árvores das margens,
Ou as aves ágeis de voo curto,
Como num filme inesquecível.
 
As pedras estão calmas,
Como uma agonia inconsciente,
Demarcam o espaço dos meus versos,
Entre as cenas frias e constantes,
Sem apelo, pudor ou esperanças.

Resende, 13/07/2001.



 
Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 22/11/2016
Reeditado em 22/11/2016
Código do texto: T5831550
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