Na calçada da Memória
durmo uma
noite tranquila.
Sonho com música de Mozart
e logo estoira o trovão.
Rebenta
a cúpula da igreja
chamada do mesmo nome.
O medo ladra por todos os cães.
A chuva cai furiosa.
Os carros fazem coro de alarmes.
E eu espero que o tecto caia.
Que o tecto não caia.
Que o tecto caia, meus Deus,
que não caia
que não caia
e não cai.
Só a cúpula da Igreja aterra nos
automóveis estacionados
e passados cinco anos
está pronta.
O pára-raios demora
apenas um dia
para ser
operacional.
 
 
 
AnaMarques
Enviado por AnaMarques em 22/11/2016
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