UTOPIA

Ainda pequena, quantas e quantas

vezes aquela crianças, brincava de ser adulta

nesse sonho de brincadeira, se colocava

como dono de império

se vestia de rancor, dava ordens

dava chibatadas, prendia

xingava os ventos

as vezes maldiçoava o momento.

Em meio a essas brincadeira de adulto

... Se colocava como se fosse um tirano,

se maldizia em sentimentos,

e maldiçoava-se por ainda ser pequeno,

mas como pequeno...

Tinha lá suas brincadeira de época

... Bola de gude, amarelinho

sentados em roda com sua pedrinhas

... Cinco marias,

cavalo de cabo de vassoura, peteca.

Como criança... Chorava abertamente

se escangalhava em sorrisos

resmungava por levantar-se sedo

estava sempre aberta,

fazia artes inocente...

Não guardava segredos.

Cresceu... Deixou de brincar

e como adulto, adquiriu vergonha

só chora as escondidas,

deixou de se expressar aos ventos

os risos são minguado, curtos

quase nada carrega em sentimentos

sempre tem segredos em pensamentos

... Um deles é sentir saudade de ser criança

mas com vergonha, deixou de brincar

adquiriu carrancas de verdade,

e com pelos na cara...

Todo tempo, tenta se limpar.

Não é mais criança e tudo em sua volta

é moldado por planos e comando de voz

não leva mais seus passos aos ventos

ao contemplar as margens de sua estrada

tem medo do andar do seu caminho

seus passos, com os anos estão curtos

enquanto seu olhar limita-se ao espelho, ou

através de grades de suas quadradas janelas

suas rugas, te esperam na curva do tempo.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 19/11/2016
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