O AMANHECER

A tarde se vai sutilmente

Todo santo dia é assim

Ainda que os ponteiros não queiram

As coisas irão acontecer

Mesmo que uns não queiram

Vai acontecer o que tem que acontecer

Sutilmente a tarde se vai

Vai e vem de estranhos

Uns indos outros voltando

Encontros e desencontros

Estranhos conhecidos diários

Se vai a tarde sutilmente

Os postes iluminam as ruas

Mas não tiram o brilho da lua

Muitos nem a percebem

Os letreiros se acendem

As meretrizes saem as ruas quase nuas

A noite todos os gatos parecem leopardos

Cruzam num relâmpago as estradas

Seus olhos enigmáticos refletem

O brilho da lua ou das luzes de neon

A noite promete aventuras explicitas

E as tardes passam sutilmente

A noite chega querendo acordar sonhos

Viver fantasias, um gin num quarto de bordel

Um sonho pago de um prazer barato

Com os ponteiros apressando os minutos

A tarde se vai sutilmente

E a noite chega mansamente

Prometendo sonhos e ilusões

Amanhã será um outro dia

Mesmo que uns não queiram

Ouvir o galo cantar e ver o dia raiar,

Sutilmente desperta o amanhecer

As meretrizes se recolhem as luzes se apagam

É hora do café amargo no bar da esquina

A lua dá lugar ao sol e esperamos o anoitecer.

Inspirado na poesia “O Entardecer” do poeta amigo Tony Bahia, visite-o.

Jô Pessanha
Enviado por Jô Pessanha em 19/11/2016
Código do texto: T5828107
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