Esperança
 
O verde que vejo resiste,
Vasos que vazam o concreto,
Entre as frestas de luz e ar,
Traços que sinuam o objeto,
Cores de pétalas a contornar.
 
Ultrapassa o riso entre bocas,
Enfumaça o horizonte da dor,
O verde que vejo despede-se,
Nas asas do pombo sem cor,
Antes da noite entrar pela porta.
 
Ah, o verde que vejo é doente,
Escorre pela encosta de prédios,
Derrama rebelde, restos de vidas,
Planta no fim da tarde, os tédios,
Bem depois da visita do tempo.
                                                            18/11/2016
 
Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 18/11/2016
Reeditado em 18/11/2016
Código do texto: T5827678
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