PERDOA, LEITOR

Perdoa, leitor, se sou meio chato,

Se reclamo um pouco por coisas pequenas,

Se, no caso de me leres, não encontras de fato

Anjos e rosas nas linhas de meus poemas.

Perdoa, leitor, se não sou cordato,

Se nem sempre atento para alheias penas,

As lágrimas que verto, os dragões que mato

Em todo universo, são migalhas. Apenas.

Se ando ausente, sapateando outros pisos,

Eterno aprendiz, mas jamais passivo,

Se não te visita a paz do meu sorriso,

Não me queiras mal, pois não há motivo.

Se não tenho agora a inspiração que preciso,

Em meu coração o poema ainda está vivo.