Apuros

Quanta vida há numa alma

Que acende estrela no corpo

Vive a síndrome dos loucos

Caçando ilusões das gentes

Para alimentar luz de fogo.

Tem apuros de bem querer

Na pupila de olhos vivos

Rodopio solar quer fazer.

Tem apuros de passarinho

Voa tão longe, tão longe

Que se perde do destino.

Tem apuros de bem viver

O peito bate galopante

Quase morre de prazer.

Tem apuros de maltrapilho

Coração feito farrapo

Que se costura aos pouquinhos.

De apuro em apuro

A vida da alma segue

De fogo em fogo de estrela

Tudo acende e fenece.

De apuro em apuro

A vida nos entontece

Pagamos o preço sem susto

Só pra ver o que acontece.