ninguém lê...

ninguém lê minhas desilusões nesse cenário

a areia movediça que me suga e me cospe

outra coisa desdentada que me morde

esse coração incandescente, indecente

desaprendi a dar asas às minhas serpentes

plantei girassóis que não vingaram

o sol se escondeu atrás de outras nuvens

e jaz aqui meu jardim

cemitério de tudo o que foi nada