Antônia
Viver em paz ou morrer em guerra?
Era essa a questão de Antônia.
Dias e mais dias procurando uma viva alma, de morta bastava ela ou quase morta.
Mais um dia de silêncio,
ela desejava gritos, risadas, cheiro dos filhos.
E que filhos? Onde estão?
Ela não gostava de pensar sobre isso.
- Ocupados! Diria ela.
Engana-se ou apenas esquece.
Era mais um dia, até quando? Não se sabe.
Torcia para o carteiro chamar, alguém gritar o seu nome, um flerte de atenção.
"Antônia" murmurava ela.
Apenas para não esquecer o som da palavra.