Despetalada Flor-Dilacera

Despetalei a Flor

De onde eu fui

Botão.

E grão.

E não.

Haste sem pétalas

O dedo de tua mão

A ordenar.

E percebo melhor

O que foste tu

O que sou eu

E por onde vou

Seguir.

Lavei com água

Do choro

Daquela criança

Que ainda traz

A Flor trôpega

Com folha escrita

De tua reza

Que se desfaz.

Despetalei a Flor!

Descabelada estou!

Caule despido és!

E miro-te...

E miro-me.

E procuro o Amor

Ambíguo e nosso

Nos vestidinhos meninos

Em viés.

... Cresci! E ganhei olhos de ver!

Dor que dilacera!

Ampara-me!

- Silêncio -

Eu já não visto mais os teus equivocados retalhos.

Prefiro vestir os loucos versos... Remendos meus.

... Há quem diga que eu liberto-me neles.

E de todo o mais...

E das tuas tantas costuras...

Karla Mello

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 16/11/2016
Reeditado em 16/11/2016
Código do texto: T5825315
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