Fato

De fato o que sabia
Era que tinha aquela vida
Miserável e soberba
Sóbria e bêbada
Inteira e meia
De fato agradecia
O Deus todos os dias
Pela aquela mesquinharia
Maior riqueza que possuía
De fato olhava pela janela
E via o que não via
Nuvens brancas, moças
Ervas daninhas
De fato o que lembrava
Eram das coisas esquecidas
Pai, mãe, avô, amantes
Gente que já não discutia
De fato largou tudo
Bolsa, memória, manias
E pegou um bonde
Para o fim do mundo
De fato nem sabia
Se na realidade vivia
Ou se era um sonho
Dentro daquilo
Que nem sabia
Que existia

Milton Oliveira
Novembro/2016
milton antonios
Enviado por milton antonios em 16/11/2016
Código do texto: T5825148
Classificação de conteúdo: seguro