Decência
Às vezes teu corpo e mente falam-me em códigos decifráveis
E não fecho o cerco, aquieto-me simplesmente
E ater-me agora é preciso, pois se estou a tantas luas de distância...
Sou das regras, das rimas não encontradas, sorrindo em minhas avarias
O teu amor não é maior que o meu, e também não é menor
Sempre nos vemos, nos relemos, nos buscamos num colóquio sussurrado
Em nossas vidas há muitos passos a serem dados, há muitos palmos... já não sei quantos
Mas em total lucidez decreto: nossos rumos nunca serão vazios de amor, não, isso não!
Temos muito a nos dizer, temos muito a fazer
Agora temos os lábios fechados
Temos muitos insetos na teia
Vejo-te somente em sonhos e canções
Posto que não há o que tatear no claro, deslumbro-me no escuro véu em nós
Não morreremos
E não choraremos à toa
Temos muito tempo para amar em versos comedidos
Se não podemos alarmar nossas decências
10/10/2016