Andanças

Se eu soubesse por onde ando não me sentaria na beira

da estrada mirando o horizonte a procura do sol

Se eu soubesse olhar o que olha...

Se eu soubesse que meu coração está demasiadamente vivo

poderia tocar o céu com as pontas dos dedos

e não me surpreenderia com o grito do povo da terra que canta comigo

Quando sopramos lavas fumegantes sobre minha

alma nua e perdida

Avessa e descrente estaria eu de tantos olhares que me atiram versos mudos todos os dias?

Questionarias o olhar do infinito tanto quanto eu ?

Chorei na véspera do ensaio com o lume dos olhos anoitecidos a beira mar de onde também correríamos a desvendar mistérios...

Mistérios derramados na areia e no impalpável

que permeiam-me os dias atuais

De quem são os olhos que te guiam agora pelas estradas

onde caminho tentando me encontrar sem medo ?

Diga-me há quanto tempo segues por estradas que desconheces ?

Por que nos vemos admirando o mesmo horizonte

que nos parece tão próximo desta estrada que cruzamos ?

Me dê suas mãos para que possamos alcançar o céu e tocá-lo

com as pontas dos dedos.

05/07/2016

Corina Sátiro
Enviado por Corina Sátiro em 14/11/2016
Reeditado em 14/11/2016
Código do texto: T5823312
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