The Great Gig In The Sky
"And I am not frightened of dying
Any time will do, I don't mind
Why should I be frightened of dying?
There's no reason for it
You've gotta go sometime.”
Eu estou sentindo um pouquinho de nada...
É aquela sensação precedente do vazio escaldante e perturbador
que me toma toda e cada vez em que me vejo sentindo quase um nada.
Até que eu sinta um nada completo:
Um nada em seu todo...
Só um vazio é que resvala entre um e outro.
Um vazio de vida.
Um vazio que enche.
Preenche...
Toda e qualquer vaga de sentimento
que em mim aguarda para viver, qualquer salão
transborda de
Silêncio.
Esse vazio que tanto tenho em mim
e que não sinto nem rastro de cheiro...
É onipresente.
É um vazio que parece Deus:
guia meu espírito enquanto meu corpo não responde a um piscar de olhos sequer,
nem mesmo um mexer da ponta dos dedos.
Meu espírito flutua nesse vácuo.
Existo.
Coexisto num silêncio nato.
É o vazio de Deus: saber que se existe, mas não se sabe o porquê,
nem de onde se vem, nem pra onde se vai...
É o silêncio de Deus, dos cosmos,
de tudo que a gente não sabe.
Vivo agora só no instante do oco...
Não o, mas no.
Estou vivendo dentro dele
ecoando ecoando
Se não já o sou ou ou ou ou ou
– digo talvez
ez
ez
ez
ez
.
.
.
Tudo que espero é que isso logo passe...
Ou meu espírito cairá nesse voo sem nem ter asas.
Cairei sem nada do nada rumo ao nada:
voarei no espaço da ausência
viverei no existir do vazio
e existirei no sentimento do que é não existir.