Os olhos do morto
Ele permanecia parado ali,
havia algo insano em seus olhos vidrados.
Eram dois botões mortos de rosas,
abortados antes mesmo de florescer.
Preferia seus olhos de antes:
eram como duas balas pesadas de chumbo.
Podiam matar.
Agora,
só haviam íris mortas.
Nunca gostei de coisas sem vida,
é uma ofensa à minha necessidade
de permanência.