pomares

eramos como dois

pássaros de madeira

na parede do descanso,

eramos como duas semanas

numas dessa imaginações amorosas

eramos como ilhas unidas

por colunas de terra e letra

como unidas por tubos de esperança

molhadas dia e noite pelas brisas das alvas,

eramos dois olhares que se formavam

num só clarão de verdade, janelas

dispersas em diásporas pelos bosques,

tudo isso era a poeira das discórdias,

pois tínhamos braços que voavam

e pernas que remavam, pele que nos

protegiam do frio, eramos dois punhais

de água mentalizando

o grito que noutro tempo

não pode ser dado, éramos dois

gritos abafados, duas torres trincadas,

éramos abafados por coisas ordinárias,

e no entanto, o trabalho com as palavras

malhar o tormentos, malhar a experiencia

suportar cada segundo dessa loucura, e perceber

alem do gesto e do medo o farfalhar morno de um reino perdido,

colhido nas palavras,

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 14/11/2016
Código do texto: T5822765
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