MEUS LENÇOS!

Deitei os meus lenços fora

Tão molhados de eu chorar

Porque mais não choro agora

Por quem já se foi embora

Sem ao menos me querer amar!

Neles as lágrimas, limpava

Que pareciam formar um rio

E quando ao rosto os levava

Tardiamente, os secava

Num estendal quase vazio!

Deles escorriam tanta água

Que nem sequer o sol quente

Esfumava a minha mágoa

Feita em nuvens de frágua

Arrastadas pl`a corre

Hoje eu limpo esta face

Das memórias do passado

E a quem a mim se chegasse

Quiçá um dia provasse

Do pão outrora amassado!

Então o pranto acabou

Já esqueci esse capricho

Se amar ninguém me amou

Pronto prá vida, aqui estou

Lancei tais lenços…no lixo!

O Poeta Alentejano
Enviado por O Poeta Alentejano em 13/11/2016
Código do texto: T5821994
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