Paciente do Momento
Por favor, um minuto...
Dê-me um tempo para os seguidos segundos
que divago na esqualidez dos meus anos
carregados de rugas, cicatrizes, delírios e sonhos
Por favor, aguarde esse minuto!...
Quero que ela olhe para os meus olhos
e diga que agora entende meus versos
Peço, entre agora em meu universo perdido em fúria,
enquanto esculpindo em tâmara aguardava suas carícias
Por favor, aguarde algumas horas...
Enquanto ando entre plumas paetês e putas
Tentando esquecer a dor que me rodeia
e teima em fazer de mim um sujeito sem predicados
Por favor, mais um minuto!...
O principio do fim agora quer voltar ao inicio
e no urbanismo do mundo procurar paradigmas
na dicotomia entre o bem do meu mau...
Por favor, deixe que eu fique mais alguns minutos...
não esqueça que sou paciente desses segundos
Escravo da ambição filho contrário desse desinteresse
de planos de papel e fantasmas do meu próprio passado
Por favor, só mais um minuto...
deixe que eu olhe para o que virou minha vida
deixe que eu lembre de sombras e laranjais
e esqueça que minha alma sempre foi endividada
Por favor, aguarde mais um segundo...
é o tempo certo para que olhe para o cadafalso
e desfaça em mim seu rosto olhando o resto do meu corpo
quero ver nos seus olhos meus sonhos
seu rosto e os nossos últimos laços...