O que se faz com esse voraz destino
Onde um menino, antes de ser, vira homem,
E sem crescer, a menina é uma mulher?
 
As coisas parecem ser o que não são,
E as pessoas, e as pessoas,
Onde estão?
 
Mundo inimaginável, mundo bizarro,
O escarro do homem sobre a semente do medo,
A intolerância nas conversões dos fatos,
E os fatos,
Apenas a interpretação individual dos atos.
 
Um mundo onde as pessoas usam sapatos
Porque não sabem aonde pisam.
 
Quais serão os seus retratos?
Que memórias levarão para suas lápides,
Além da insensatez e desatino?
 
Ora pudesse ser sempre menino
E amar uma única menina,
Na medida exata da coisa certa.
 
O universo é uma imensa porta aberta,
Mas insistimos em entrar pelos fundos,
Coitados dos Raimundos e Quixotes,
Heróis dentro dos caixotes...
 
Grande roda viva
E morta,
Que gira torta
Nos eixos do tempo.
 
Ratos e carrapatos,
Falta comida dentro do prato,
Falta a principal lição,
Onde uma única mão
Leva a educação
Ao que se chama futuro.
 
Atrás dos muros
Os tanques apontam para nós,
E nós, calmamente morremos,
Como se apenas o sereno
Cobrisse o os nossos corpos.
 
Lento como a sombra que desperta
Na madrugada de uma lua incerta,
Em um céu a descoberto
Que derrama estrelas sobre o mar.
 
 
 
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 12/11/2016
Código do texto: T5821320
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