NADA
O nada no meio do nada...
é nada!
Uma estrada sem passos
Um caminho sem vida
Partida sem um chegar
Uma chegada sem saída.
Uma vida sem nascer
confissão de uma mentira
noite sem sono nem sonho
cordas de rami sem embira.
O nada é um nada sem nada!
Um marco que se acabou
um fim que nunca existiu
um sonho que despencou
o divagar de uma bobeira
ato mudo de uma sombra
esconderijo de um tempo
um sopro de uma vontade
o fim de um juramento
o blefe de um truque
o zero do lado esquerdo
o despertar de um dia sedo.
O nada sempre, nada!
O pingo em sua ausência
Um ponto de cabeça tonta
um futuro sem existência
acento sobre a mão esquerda
um pensar encalhado
a mata do mata borrão
o pega, pega do cão.
Antonio Montes