Sobre o Tempo...

Até que o nunca chegue

Vou me enchendo de afazeres

A anos não sou obediente

Tomo goles de água

Ardente cachaça

E entre os dentes amarelos

Um odor de palavras antigas

Até que o nada chegue

Distraio-me no espelho

A anos ninguém me visita

Eu visito as lapides

Das estradas perdidas

Até que o imenso chegue

Vou ficando por aqui

Quieto, sisudo, palhaço

E os dias vão brotando

No velho calendário

Até que chegue meu dia

Minha hora última

O fim de um destino

Vou me desobedecendo

Vou me deixando vivo

Escrevendo poemas

Sobre o nada

Milton Oliveira

Novembro/2016

milton antonios
Enviado por milton antonios em 10/11/2016
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