labirinto
enquanto o trêmulo existir:
o pão, simbolo que evoca
outras cantigas, que também
matam a fome,
tempo de mil cabeças é o
que nos separa das margens,
água de pedra, água de água
gotas de sangue
nesse andar silencioso onde
encosto meu espirito tão cheio de dúvida ,
fértil trigo da terra
o sol, o batente, a vida pedindo
a tua comunhão, o sobrado de
sombra, a janela que reflete tudo,
inclusive essa sede de justiça essa
fome do que não tem nome, dessa
poesia tão necessária quanta a água
que bebemos, desse ar que areja o
labirinto que raramente confessamos:
estamos presoso.