N'OUTRA ILHA
N'OUTRA ILHA
Enviei um recado dobrado
com antigas magias que tinha
guardadas dos idos de vitória
quando conquista um amor
seja um amor traído pela imagem
um amor bandido que rouba
uma dor mal agradecida
se sentida como força
leverá minha alma
mesmo que sofrida poderia
levar minha doce alma
a qualquer lugar não seria
ainda que fosse um lugar
estranho que tivesse com alguém
que também gostasse
dos anos que virão juntos
se viram estes pequenos deleites
estavam certos da minha alegria
de lábios segura de atávios conduta
pra não querer que a mentira
fosse tão enganada
perturbando meu dia enxuga
lágrimas antes que caiam
por pena da mulher reflita
sobre outra mulher sozinha
lá no seu destino inseparável
nos bancos das praças
nos francos gramados
flores se abrindo aos amados
fluentes com oxigênio
o meu está doente não sinto
o mesmo ar coerente
sem coerência vou surgindo
no palco diferente tenho o direito
de sofrer quem dera não sofrer
mas a dor é linda eu amava
a dor que foi levando-me embora
tão longe que outrora olhando
minhas coisas estava um imenso
frio distante naquelas poses
encorajadas de hora marcada
de despertar durante a noite
perguntando se acaso meu corpo
precisa de outro corpo
fazendo parte da tristeza
posso senti-la sozinha
posso também emiti-la aos outros
mas não tenho essa fraqueza
de interesse no que o outro
vai apreender de mim
prender de mim secretamente
pra depois as mágoas serem
fantasmas por mim criados
me culpando de tê-los atraído
deixe-os vingando o amor
correspondência de inverno
morrer no incerto
um incerto foi ver se tinha outra amante
não volte pelo que levou
não volte mais ao princípio
eu os tenho perdido
ainda me faltam poucos
um dos princípios quer morar
n'outra ilha....
MÚSICA DE LEITURA: BEETHOVEM - Silence