JARDINEIRA

Ouve um tempo em que a jardineira

era a primeira a passar pelas estradas

vinha na carreira

trazendo poeira

com tantas alegrias

felicidades... Era tudo, quase nada.

Vinha à jardineira em sua carreira

sem canseira, parava no ponto

acenado com a mão.

Lá estava... A Maria, filhos e João

Todos juntos sobre saltos,

com sentimentos recostados no chão.

Jardineira parava

jardineira saia empilhando marchas

cachorro latia

e a jardineira subia rocando

e galgando espigão...

Jardineira descia na banguela

fazendo aquele poeirão...

Poeira vermelha, amarela

poeira camuflada na cor d’ela.

A estrada não era asfálticas

continha muitos buracos

continha muitas costelas.

Sem canseira, lá se ia à jardineira

entre meio as:

Ovelhas, tropeiro,

boiadas e a passarada,

volta e meia, buzinava...

Ouriçando a molecada.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 09/11/2016
Código do texto: T5818240
Classificação de conteúdo: seguro