JARDINEIRA
Ouve um tempo em que a jardineira
era a primeira a passar pelas estradas
vinha na carreira
trazendo poeira
com tantas alegrias
felicidades... Era tudo, quase nada.
Vinha à jardineira em sua carreira
sem canseira, parava no ponto
acenado com a mão.
Lá estava... A Maria, filhos e João
Todos juntos sobre saltos,
com sentimentos recostados no chão.
Jardineira parava
jardineira saia empilhando marchas
cachorro latia
e a jardineira subia rocando
e galgando espigão...
Jardineira descia na banguela
fazendo aquele poeirão...
Poeira vermelha, amarela
poeira camuflada na cor d’ela.
A estrada não era asfálticas
continha muitos buracos
continha muitas costelas.
Sem canseira, lá se ia à jardineira
entre meio as:
Ovelhas, tropeiro,
boiadas e a passarada,
volta e meia, buzinava...
Ouriçando a molecada.
Antonio Montes