O MAR...
Vou singrando o pélago, pela proa.
Sem o traço, estrada ou sem razão
Vou rompendo em pequena canoa
As procelas deste mar d'amplidão!
Minha nave sem vela, sem roldana
Vai nesta viagem tão louca, insana
O firmamento d'estrelas, sem data
Nos dias, brilha o sol tão premente
Sobre os escolhos, o mar indolente
Abraça o céu da majestosa fragata!
E na carona, deste pássaro que voa
Te segue na vaga... barco sem timão
Nas águas deste mundo, sem coroa
Se seu dono é o vento e o turbilhão
Ou a calmaria da brisa que te acena
Às planícies sem escarpas ou ravina
É o mar, das noites de luar em prata
A pleno mar, te deslizo calmamente
Sobre espuma, que brilha reluzente
Esteira desta vaga... estrada inexata...
Valdívio Correia Junior, 09-11-2016