A dança do tempo
No compasso do relógio da vida
Traçando a circunferência infinita
Vai deslizando os ponteiros
Numa frequência constante
De movimentos rítmicos inebriantes.
Segundos e minutos
Horas e dias
Meses e anos
Décadas e séculos
Vai virando pretérito
Num rasgo de instante.
No ciclo das estações
No tic-tac incessante
No badalar do sino
Na ampulheta angustiante
E em velhas joias aristocráticas
Anunciando a sinfonia da valsa do tempo
Num mecanismo de cordas e balanços
Nas idas e vindas dos ponteiros girando
Aprecio uma viagem anos-luz no tempo
Em fotografias de bons e velhos momentos
Me fazem escrever e relembrar
Que o presente já é passado
No instante em que foi contornado
E na graça das páginas vividas
No alto do mirante, o tempo contemplar
E ao som da música das horas celebrar
A dança fantástica dos ponteiros,
Adjacentes da vida, passar.