Subversivo Poema
O poema queima e ferra
nas páginas frias da madrugada sem sono,
depois cava palavras na terra,
cheia das folhas secas do abandono...
O poeta quer esquecer, mas o poema
prende um grito nas suas mãos duras,
e o poeta, que pragueje, que trema,
solta os versos que visitam as perjuras!...
De novo, uma esperança é visível
na curva do impossível...
E não vê o poeta que é a mão
do poema, em subversiva ação,
que na madrugada insone tece
essa nova ilusão em que se amanhece!...