P R E C I O S I D A D E S (47)
OS HOMENS OCOS
Nós somos os homens ocos
Os homens empalhados
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada. Ai de nós !
Nossas vozes dessecadas,
Quando juntos sussurramos,
São quietas e inexpressas
Como o vento na relva seca,
Ou pés de ratos sobre cacos
Em nossa adega evaporada.
Fôrma sem forma, sombra sem cor,
Força paralisada, gesto sem vigor.
Aqueles que atravessaram
De olhos retos, para o outro reino da morte
Não recordam - se o fazem - não como violentos,
Almas danadas, mas apenas
Como os homens ocos,
Os homens empalhados.