Mistério algum
Não tenho pretensão
de desvendar os mistérios
dos amores perdidos
do dia amanhecendo
ou da noite que nos faz dormir
não tenho pretensão
de desvendar os mistérios
da ave da de rapina
que do ar a quilômetros
escolhe sua presa em sacrifício
ou o voo suspenso do beija-flor
nem o mistério da fé
não tenho pretensão
de desvendar os mistérios
da dor das partidas
e a alegria das chegadas
nem a beleza da metamorfose
no moer e remoer
das transformações
de dentro e de fora da alma
pensando bem não tenho pretensão
de desvendar mistério algum
mal dou conta de entender
os meus olhos que ainda insistem
em verterem por ti