Ando como cão sem dono,
No abandono deste mundo cego.
Nem um prego para a obra,
Nenhuma sobra de alimento.
Sopro, junto com o vento,
Meu corpo segue vazio.
O frio penetra em minha pele
E aquele chão que pisei,
Não é mais o meu lugar.
Como chegar aonde não sei,
Qual o meu caminho,
Sozinho, meus pés queimam,
Meus olhos ardem,
Meu coração sufoca,
O fel que sobe à minha boca
É o único sabor que sinto.
Labirinto de minha alma,
Sonhos feitos de lama,
A fome que me chama pelo meu nome,
Não sou mais homem, não sou mais nada,
Nem a saudade me reconhece,
Não sou de nenhuma espécie,
Habito profundezas desconhecidas.
Não sei se ainda terei vida,
Ou se todas terei vivido,
Duvido conhecer meu destino
Num futuro vestido de sombras.
 
 
 
 
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 05/11/2016
Código do texto: T5814462
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