ÁGUA PARADA
Enfim o que é que eu busco?
Por que o lusco-fusco me atrai
E me faz ainda caçar e ser caçada?
O que me faz ser alguém que quase sempre cai
Nas armadilhas das relações e acaba ludibriada?
Por que sou assim impulsiva? Por que entro de cabeça
Num oceano inexistente, piscina vazia, lago raso?
Pelo simples prazer de um novo caso,
Esperando dar longas braçadas
Num tanque minúsculo de água parada?
Estas minhas buscas são ridículas!
Estou aqui hipnotizada, observando
As gotículas de chuva na minha janela
Caindo... Caindo e seguindo o curso
Que elas têm que seguir antes de sumir.
E, dessa imagem, de repente, uma ideia se revela:
Acho que eu já deveria ter começado a assumir
Que é chegado o tempo de contemplação...
Muito mais do que de ação.
Acho que vou aprender a fazer meditação.