Um amor de longe
Bastava colocar os olhos pra quarar
E uma vida brotava entre os silêncios
Trocava os pratos, os dias, as manias
De lugar
Bastava olhar pelas frestas da vida
E enxergar o quanto envelheceu
Deixou de usar o vestido de festa
Há séculos
Bastava um sorriso ou algo de riso
E um caminho poderia se percorrer
Correr pelos campos imaginários
No interior
Bastava lavar a face e bem dizê-la
E esperar a chuva de todos os dias
Percorrer o imenso corredor, sem brilho
E minguar
Bastava alguma nuvem e uma brisa
E uma profusão de palavras poéticas
Arranjaria um amor desses sem nome
E amaria
Milton Oliveira
Agosto/2014