ROSA GRANADA
(um poema iniciado em 1990 e concluído em 2016)
Uma rosa, uma rosa,
desabrocha em minha frente.
Uma rosa que vira fruta
e depois vira semente.
Uma rosa que vira fruta
e depois vira semente;
engana o jovem tolo,
mas nunca o inteligente!
Que rosa com seus espinhos
destrói o tolo inocente?
Destrói os sonhos dos jovens,
acaba a vida da gente?...
Será uma rosa humana,
essa rosa que é jogada?
Ou será uma rosa insana,
com poder de uma granada?!
Uma rosa! uma rosa!
disfarçada de botão
e depois jogada ao chão
bem pertinho de meus pés!
Não confio em ninguém,
não confio em meus papéis,
não confio em meus poemas,
em mim mesmo já não confio!
— Numa rosa estraçalhada
é tudo, tudo em que confio!