ACIDENTADO NU
Onde assa pinha,
não há sapinho
e assa pão.
Onde assa uvas,
não há saúvas,
há saúde.
Serra cega
ao assaltar,
salta altar,
cerra a porta,
depois segue...
Atadura, mordedura.
Assadura, armadura.
Tudo fura, tudo dura.
Onde há seios
há anseios,
há assédios
sem asseios...
No acidentado,
o acidentado nu.
Acém assado
e acebolado.
Há cem do lado
e abobados!..
Ata dura, morde dura.
Asa dura, arma dura.
Tudo dura, tudo fura.
Pela fresta da cesariana,
vê se em festa,
César e Ana.
Assando pinha.
Assando pão.
Assando uvas.
Sem sapinhos,
mas com saúde.
Cem saúvas,
assaltam cegas.
Cerrando altares,
e saltando portas.
Depois seguem e serram,
todas duras e a tudo furam.
Furam a atadura e a ata dura.
Furam a mordedura
e mordem duras.
Furam e assam
a asa dura.
Pois onde há anseios,
há seios
com muitos asseios,
que fazem do assédio,
um grande acidentado,
no acidentado nu.
Assando acém
sem ser acebolado,
aos cem abobalhados
de bocas duras,
pelas embocaduras
da suave voz
que vem de vós.
Nova Serrana (MG), 29 de abril de 2008.