ACIDENTADO NU

Onde assa pinha,

não há sapinho

e assa pão.

Onde assa uvas,

não há saúvas,

há saúde.

Serra cega

ao assaltar,

salta altar,

cerra a porta,

depois segue...

Atadura, mordedura.

Assadura, armadura.

Tudo fura, tudo dura.

Onde há seios

há anseios,

há assédios

sem asseios...

No acidentado,

o acidentado nu.

Acém assado

e acebolado.

Há cem do lado

e abobados!..

Ata dura, morde dura.

Asa dura, arma dura.

Tudo dura, tudo fura.

Pela fresta da cesariana,

vê se em festa,

César e Ana.

Assando pinha.

Assando pão.

Assando uvas.

Sem sapinhos,

mas com saúde.

Cem saúvas,

assaltam cegas.

Cerrando altares,

e saltando portas.

Depois seguem e serram,

todas duras e a tudo furam.

Furam a atadura e a ata dura.

Furam a mordedura

e mordem duras.

Furam e assam

a asa dura.

Pois onde há anseios,

há seios

com muitos asseios,

que fazem do assédio,

um grande acidentado,

no acidentado nu.

Assando acém

sem ser acebolado,

aos cem abobalhados

de bocas duras,

pelas embocaduras

da suave voz

que vem de vós.

Nova Serrana (MG), 29 de abril de 2008.

Tadeu Lobo
Enviado por Tadeu Lobo em 04/11/2016
Reeditado em 16/05/2020
Código do texto: T5812957
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.