cruzada
a Terra, era reza
te espera em uníssono caos]
até a guerra que nos habita preza
por algum silêncio.
já estamos distantes
o suficiente, mas o pensamento
ainda voa, pensamos, em eternos desleixos –
as batidas borboletais
e o leve sopro devastador
dos teus lábios –
os corações agora estão nos drones.
um único refúgio construído
na vasta lindeza da solidão
aos poucos é desescrito, lenda -
eu lamento a lonjura do seu corpo,
os batismos, os beijos
em desejos desconexos, nossos
tempos não permitem mais nomes
no entanto cada palavra tem,
letra por letra, o próprio gosto
[e milhões de você e de mim, migram
do estômago aos olhos,
naufragam no meio da garganta
soltam-se dessa angústia
me deixam sem palavra,
presa,
me deixam... me deixam...