Canteiros Equivocados
Trouxemos flores
De canteiros equivocados
Resfolegantes, quase exterminados
Por ervas daninhas nossas
Em separados viveres.
Trouxemos flores
Agonizantes em sofreguidão
E insistimos juntos
Em uni-las e, pacientemente,
Regá-las como se possível fosse.
Como poderíamos, então,
Apreensivos e pesados
E a carregarmos em separado
Potes de tantas mágoas,
Regarmos juntos e tolos
Flores equivocadas?
Destruamos, então,
O equivocado canteiro
De mortas flores vivas
De outrora.
E olhemos nos olhos
Dos plantadores de flores
Vestidos de sonhos e cores.
E pranteemos juntos...
- por tudo -
O que haveremos de quebrar
Para, assim, renascer.
E ergamos as mãos pro alto
- em gratidão -
Ao socorro que vem do Pai
Que faz de nós, míseros e imundos,
Brotar lindas sementes de boa vontade,
Da possibilidade do amanhã,
Onde não haveremos mais
De prantear.
Recomecemos sem cessar
Com flores vivas e nossas
Num canteiro de Amor
Ainda mais belo, posto Verdade.
Sem as ervas daninhas todas
Dos nosso equivocados canteiros,
Dos nossos separados viveres.
E será tanta a Vida!
E será bela a tão Viva Cor!
Todas em tons e aromas e
Sem sombras nem escuridão:
E será o tão nosso, enfim,
Vivo Canteiro de Amor.
Karla Mello
17 de Abril de 2016