Vendavais
Eu preciso dos teus vendavais
E dos ais que rolam das nuvens
Eu preciso te dizer coisas apressadas
E das estrelas cadentes que não vejo
Ainda ontem te dei todas minhas figas
E algumas loucuras gastas e antigas
E me olhou como quem se auto procura
O silêncio estava eternizado nos lábios
Agora me alimento de quimeras e ostras
E o meu desejo é que almas incendeiem
Para nos aquecer e espantar medos rançosos
Eu preciso dos teus vendavais
Como preciso do teu corpo, do teu destino
Das tuas ausências
Milton Oliveira
Novembro/2016