O Outro
Eu não me importo!
E a certeza de não me importar
É o que me mantém vivo no absurdo.
Em mim, uma máquina vazia:
Sem mundo, sem medo.
Não me importo!
Só me seduz o tempo.
Inexoravelmente livre,
Herdeiro de toda liberdade.
Realmente, não me importo!
Homem puro que sou, que fui...
Soberano da dor e escravo de vermes.
Sonho uma triste valsa
Para almas e nomes vãos.
Não me Importo!
Minha vida despojada, elevada aos céus,
Idéia digerida por alguém que não eu.
Não um eu, não um ser.
Não me importo, francamente,
Não me importo!