O ESPELHO DE DUAS FACES
Sou parte de mim mesma que procura um todo.
Vivo um mundo ausente, espio por dentro da garrafa de vidro, sempre.
Para que estarmos aqui e não compreendermos nada?
Pelo buraco da fechadura, um monstro.
Dou voltas observando seu estado febril.
Vez em quando procuro um olho cego e um escondido.
Paira no ar uma poeira cinza, pesada e densa.
Os desejos repletos de substancias brancas e aveludadas.
No mais, por dentro muito. Fora, nada.