Quando as palavras...*
Quando as palavras preenchem
O espaço desocupado,
A amargura se fixa,
Na lacuna da falta de alegria,
Quando meus olhos perseguem,
O som mágico do rádio,
O coração balança
No desespero da minha empatia,
Dor, essa é a marca,
Pausa no cotidiano
Que impõe como sufoco
Os fracassos da vida,
E assim, meio tonto,
Com esse golpe na cabeça
Nada impede que você desça
Para ficar assim, como um louco,
Um amor de passagem
De sinal muito fraco,
Áspero como uma lixa,
Não chega aonde deveria,
Pois traz em sua bagagem
Um desvio trágico
Que sem esperança
Passa assim como um dia!
Peixão89
*Faz parte do Tombo XX – “Pontos de Vista I” 1984/1992