CINZAS

CINZAS

Sem horizontes

Muros, cercas, grades

Fronteiras reais, imaginárias

Mobilidade imóvel predominante

Radicalização e intolerância nas alturas

Cerceamento do ir e vir

Liberdade aviltada e mascarada

Violência exaltada

Tempos incertos e intrigantes

Choques de idéias e ideais

Aproxima-se o caos ainda mais sofrido

Angústia a cada dia

Pela inexistência de luz

Será que antes haverá trevas

Tudo indica que sim

Pelos panoramas que se mostram

Com celerados em alta

Moderados em baixa

Sistemas apodrecidos

Sociedades rancorosas

Há espinhos mas não há rosas

Não há buquê

Culpados eu, você

Fechados em nossos eus

Dando adeus

A esperança civilizatória

E a história

Será drama

Chama

E cinzas da fogueira

E do verbo cinzar

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 02/11/2016
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