CINZAS
CINZAS
Sem horizontes
Muros, cercas, grades
Fronteiras reais, imaginárias
Mobilidade imóvel predominante
Radicalização e intolerância nas alturas
Cerceamento do ir e vir
Liberdade aviltada e mascarada
Violência exaltada
Tempos incertos e intrigantes
Choques de idéias e ideais
Aproxima-se o caos ainda mais sofrido
Angústia a cada dia
Pela inexistência de luz
Será que antes haverá trevas
Tudo indica que sim
Pelos panoramas que se mostram
Com celerados em alta
Moderados em baixa
Sistemas apodrecidos
Sociedades rancorosas
Há espinhos mas não há rosas
Não há buquê
Culpados eu, você
Fechados em nossos eus
Dando adeus
A esperança civilizatória
E a história
Será drama
Chama
E cinzas da fogueira
E do verbo cinzar