A aranha
Um aracnídeo anda pelo chão do quarto
e constantemente cuida seus olhos em mim
e seu olhar é como um horrível parto
de uma história épica que só conta o fim.
Que grotesco passeio faz esse inseto!
É indiferente às minhas pragas
e quando o blasfemo joga uma teia ao teto
brincando num vai-e-vem com minhas mágoas.
Brinca inseto,que tua hora não tarda!
Incitado pela ira peguei do chinelo
tentei acertá-lo mas fugiu,o covarde,
foi mais para o canto da parede,e a olhar-me,
riu-se de mim à vontade.
Ria inseto,teu remorso há de matar-te.