Amor , avesso do verso

Carmen Lúcia Fossari


Amo o que do amor a poesia ri
A lama (Pouca)
Que da chuva Respinga
a poça lançada na estrada
O quase tombo evitado
No equilíbrio do segundo
Que antecede a queda
O gole do café quente adoçado em
Equívoca flor de sal
-A estrela não vista pela nuvem travessa
Atravessando da visão a ausência dela
O ladrar assustador do cão que surpreende e surge
Miúdo ,como se ao vê--lo pressentíssemos
Miagens,
Não imagens,
Imagéticos miados!
Amo do amor
O caminho que ainda inexiste
E o que me desconstrói
Das amalgamadas certezas
Amo ,amo amo
Que o amor Surpreende
Reinventa a mirada
E no frescor do descobrimento
Instaura a maior dádiva a Dúvida!
Amo o frio na espinha dorsal
]De tudo que desconcerta
E provoca o inusitado
Ah !! o amor é tão musical
não na escala , repetições
Permanência
Mas no silêncio
A pausa , o entremeio
Compõem sonoridades
Um jazz Talvez ...
Um Mendelssohn tomado de encantamento
E suavidade
Se executado , brincando de ser drástico
Mesmo sem nunca deixar de...
Beirar a orla da suavidade.
Sim!
O amor pode ser
Um improviso,
Um sorriso!
O amor de beijos e vinho]
De afagos
Fogueira e água
Ao quadrante da alegria o menino que te habita,
Águas circulares !
No hemisfério dos afetos eis o homem.
Ao leste das palavras
O amor
É , Também ,
um Alvorecer.