A UMA MENINA POBRE
Se eu disser que te amo,
Talvez não acredites.
Há em teu olhar uma ternura,
O teu corpo exibe a formosura
Das damas das mansões...
Os teus cabelos longos, claros, lisos;
Teu andar malicioso, o teu sorriso,
Escondem a rude veste...
Teus lábios sem batom,
Sem ruge a tua pele...
Descalça... de avental...
Quando me fitas com esse olhar de amante,
Eu vejo nos teus olhos um diamante
Que nunca vi igual...
A rude veste que o teu corpo encobre,
Tem um quê de um tecido caro e nobre
Das filhas de um rei...
Tu tens, das princesas, a flor inculta
Que a simples veste tenta, mas não oculta
No olhar que em ti fitei.