OS VENTOS DA BOA ESPERANÇA
Tanto tempo nesta vida
Aos ventos da boa esperança
Légua tirana de estrada cumprida
E andar é de costumança
Compreendi rapidamente
Onde há um por cento de confiança
Água e ar suficientes
Noventa e nove é sangue
Suor e perseverança
Preciso manter acesa
minha inverossimilhança
Pois nunca deixei de sonhar
Meus desejos de criança
Não se pode simplesmente acordar
Devemos fazer alianças
O mundo é feito de esferas
Para circular entre as feras
Olho por olho é a lei
Onde a sorte e a bonança
São caminhos que não tracei
E se o acaso é o destino
A razão, o desatino
Gritante dessemelhança.