O PORTO DA MINHA TERRA

Olhos de famílias japonesas

Sob os cenhos carregados,

Mulheres com andar de princesa

Tendo os filhos ao seu lado

Olhavam o porto do lugar remoto

Imaginando castelos inacessíveis,

Jardins de cravos, lírios e lotos,

Na fachada de pedras impassíveis;

Era o cais da valorosa terra santista,

De figuras cravadas na história,

Entre elas a mais benquista:

Bonifácio, filho de tantas glórias.

Cala-me deste porto a grandeza,

E por onde fervilham pessoas

Em navios de grande beleza,

Transporte era em frágeis canoas.

Porto versátil: exporta açúcar, arte e amor,

Num tempo exportou ouro em gramas.

Tem um poeta do mar, seu trovador,

E um escritor que contava os dramas.

Ficam esses tesouros armazenados

A espera de grandes cargueiros,

Com mãos santistas embarcados

Para os países estrangeiros.

O pequenino hoje é um gigante,

Orgulho do continente e da nação,

E se parar por um instante,

Pára do Brasil o coração.

22/06/07.