Ensaio de amor
Ah, meu amor, o que dilacera os teus quereres;
quem te dera ter poder sobre meus desejos?
Fartar-te-ias nos meus cantos de alegres tons e sons,
acaso o caso fosse passível de teu profundo ardor.
Nada poderia ser tocado neste meu sereno e trôpego querer-te
E não riria de ver-te assim louco a conter os meus raios.
Se trovejo nos meus dias e noites e te molho e nada podes fazer?
Sim, rio cá de meu hemisfério que nem sabe qual é
Estamos divididos entre duas partes amarguradas
E tenho eu o poder sobre resoluções cruéis e amedrontadas?
Não! Não tenho o medo que habita teu mais suave gesto.
Quem embalsamou um coração aflito não fui eu
mas este teu trapézio que insiste em carregar nos olhos.
Pagaremos um tributo aos deuses dos nossos pesadelos
Cada um sua própria cota, de dores e lágrimas frias
Congelaram-se os rios que eram nossos meios viáveis de vôo
Podíamos voar tal qual pássaros, mas arrancastes nossas asas
Pergunto às madrugadas frias e tardes de sóis apáticos, o que carregaste.
Olho dentro dos meus pertences e vejo que nada me falta na arca
Queria saber de qual tesouro usurpastes aquilo que nunca te pertenceste.
Mesmo que tivesse que ir buscar nos mistérios dos mistérios, reporia.
Não que merecesses tal loucura, mas o faria por mim e meus dias.
Numa ânsia mais que santificada, preciso de teu beijo pagão
Preciso deste teu amar já morto e negado a quem quer que seja
Pois sei que nada está em coma nesse teu ser resoluto num absolutismo pleno
Pleno, meu amor. Só mesmo o meu amor, por este ser aos pedaços que teimas em ser.
Enganarias a mim que sou parte de ti desde que houve luz e trevas?
Enganos... De enganos tens protegido daquilo que te é tão encantador.
Vida, meu amor!
Ainda que apenas perambule pelos teus tempos e negue o tempo todo teu querer
Vida, meu amor!
Bem sei que essa penumbra na qual insistes em estar, e emanar de ti aos trancos,
não passa de uma saída absurda de todos teus tremores e temores de vida.
Proponho-me à tresloucada invasão de territórios desertos de afáveis convites.
Resgatarei o que resolvestes lá deixar, para apenas sobrevivermos e, enfim, vida.
Vida, meu amor! Vida!
Ah, meu amor, o que dilacera os teus quereres;
quem te dera ter poder sobre meus desejos?
Fartar-te-ias nos meus cantos de alegres tons e sons,
acaso o caso fosse passível de teu profundo ardor.
Nada poderia ser tocado neste meu sereno e trôpego querer-te
E não riria de ver-te assim louco a conter os meus raios.
Se trovejo nos meus dias e noites e te molho e nada podes fazer?
Sim, rio cá de meu hemisfério que nem sabe qual é
Estamos divididos entre duas partes amarguradas
E tenho eu o poder sobre resoluções cruéis e amedrontadas?
Não! Não tenho o medo que habita teu mais suave gesto.
Quem embalsamou um coração aflito não fui eu
mas este teu trapézio que insiste em carregar nos olhos.
Pagaremos um tributo aos deuses dos nossos pesadelos
Cada um sua própria cota, de dores e lágrimas frias
Congelaram-se os rios que eram nossos meios viáveis de vôo
Podíamos voar tal qual pássaros, mas arrancastes nossas asas
Pergunto às madrugadas frias e tardes de sóis apáticos, o que carregaste.
Olho dentro dos meus pertences e vejo que nada me falta na arca
Queria saber de qual tesouro usurpastes aquilo que nunca te pertenceste.
Mesmo que tivesse que ir buscar nos mistérios dos mistérios, reporia.
Não que merecesses tal loucura, mas o faria por mim e meus dias.
Numa ânsia mais que santificada, preciso de teu beijo pagão
Preciso deste teu amar já morto e negado a quem quer que seja
Pois sei que nada está em coma nesse teu ser resoluto num absolutismo pleno
Pleno, meu amor. Só mesmo o meu amor, por este ser aos pedaços que teimas em ser.
Enganarias a mim que sou parte de ti desde que houve luz e trevas?
Enganos... De enganos tens protegido daquilo que te é tão encantador.
Vida, meu amor!
Ainda que apenas perambule pelos teus tempos e negue o tempo todo teu querer
Vida, meu amor!
Bem sei que essa penumbra na qual insistes em estar, e emanar de ti aos trancos,
não passa de uma saída absurda de todos teus tremores e temores de vida.
Proponho-me à tresloucada invasão de territórios desertos de afáveis convites.
Resgatarei o que resolvestes lá deixar, para apenas sobrevivermos e, enfim, vida.
Vida, meu amor! Vida!